Evento reuniu novas gerações do surf feminino na Praia do Borete, com treinamentos, workshops, simulações e atividades voltadas à formação esportiva e técnica.
O Talento Feminino em Porto de Galinhas teve grande adesão. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
Ipojuca, PE – 26 de maio de 2025 – A Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) deu início à temporada 2025 do programa Talento Feminino – Onda 1 com uma etapa marcante realizada na Praia do Borete, em Porto de Galinhas. De 23 a 25 de maio, a ação reuniu 20 surfistas da novíssima geração em um ambiente de formação técnica, integração social e empoderamento.
“Iniciamos o Onda 1 2025 com dias maravilhosos, onde pudemos observar uma evolução grande das meninas. Tivemos um número considerável de atletas participando do projeto, especialmente na categoria infantil, o que nos mostra um futuro promissor. Enxergamos com muito otimismo o número crescente de meninas envolvidas e ficamos especialmente felizes com o apoio das famílias, fundamental para essa nova geração. O programa é totalmente desenhado para acompanhar o desenvolvimento esportivo das atletas, e o mapeamento realizado nesta etapa foi excelente. O Onda 2, previsto para o próximo ano, será baseado nesse mapeamento atual, nas cidades que estamos visitando. E, em seguida, teremos o Onda 3, voltado ao intercâmbio esportivo. Começamos com o pé direito aqui em Porto de Galinhas e é uma enorme felicidade encontrar esse cenário de desenvolvimento do surf feminino brasileiro”, destacou Brigitte Mayer, vice-presidente da CBSurf e idealizadora do programa.
Kaila Brotherhood foi um grande destaque local. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
Desde o primeiro dia, o evento demonstrou sua força transformadora. Além dos treinamentos na água, as atletas participaram de entrevistas individuais, rodas de conversa, análises de equipamento e dinâmicas que envolveram familiares e lideranças femininas. A mobilização foi intensa, com destaque para a atuação do projeto social TPM – Todas Para o Mar, liderado por Nuala Costa, que levou um grupo expressivo de meninas da cidade. Atleta na década de 1990, Nuala é pioneira do surf feminino de Pernambuco e foi quem iniciou a bicampeã brasileira profissional Monik Santos no surf.
“Somos uma ONG voltada à democratização do surf e ao empoderamento de mulheres nas comunidades. Levei nossas meninas para participar desse lindo projeto, que é o Talento Feminino da CBSurf. Esse projeto é essencial porque incentiva as meninas, especialmente num cenário onde ainda há poucos eventos voltados exclusivamente para elas. Aqui, elas competem entre si, com igualdade, se divertem, se motivam, e é isso que faz a diferença. Acredito que a transformação e o empoderamento começam na base, com as crianças e a juventude”, afirmou Nuala.
Nuala Costa com o Projeto TPM - Todas Para o Mar. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
NOVAS GERAÇÕES MOSTRAM ENERGIA, APOIO E CONSCIÊNCIA
O primeiro dia foi marcado por chuva, mas também por entusiasmo. A coordenação do evento aplicou um mapeamento completo das atletas, envolvendo dados técnicos, esportivos e histórico de competições . O ponto alto foi a entrada das meninas no mar — especialmente as mais novas, algumas com menos de oito anos — que impressionaram pela consciência e pelo nível técnico.
"Fiquei muito surpresa com o nível das sub-8. Menininhas surfando bem, com apoio da família e vontade de estar ali. Também vimos o interesse das categorias Sub-12 e Sub-14 nas próximas fases do programa, o Onda 2 e o Onda 3. Isso mostra como o Talento Feminino virou um sonho para muitas meninas", destacou Karina Abras, coordenadora técnica do Núcleo Feminino da CBSurf.
As meninas da novíssima geração chamaram atenção mais uma vez. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
O segundo dia, com sol e ondas perfeitas, foi ainda mais revelador: o mar favoreceu as simulações de bateria e evidenciou o talento de nomes como Nalu Demski e Kaila Brotherhood, respectivamente a 1ª e 2ª colocada da competição individual. As duas passam a receber um incentivo ainda maior da CBSurf, uma inscrição em etapa da Taça Brasil e a filiação à entidade, caso já estejam filiadas recebem duas inscrições da Taça Brasil.
Outro destaque do segundo dia, que apresentava condições maiores, foi quando Karina Abras identificou a necessidade e orientou uma troca de equipamentos, aumentando um pouco o tamanho e volume das pranchas utilizadas das crianças que frequentemente usam pranchas muito pequenininhas. Com as pranchas um pouco maiores, as surfistas sentiram mais segurança e conforto, resultando em melhora imediata no desempenho e diversão das meninas.
Andrea Lopes, treinadora do Talento Feminino, reforçou a importância da condução técnica com responsabilidade:
"Nosso papel é identificar talentos e guiar esse desenvolvimento respeitando o tempo de cada uma. A base é lúdica, mas já conseguimos perceber o potencial de carreira nas participantes."
Nalu Demski, que mora no Rio de Janeiro, queria tanto participar do Talento Feminino que viajou até Porto de Galinhas para isso. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
TAG TEAM ENCERRA COM EMOÇÃO E REFORÇA O COLETIVO NO SURF FEMININO
O domingo foi reservado para a tradicional atividade Tag Team, competição por equipes que promove o entendimento da estratégia coletiva dentro de um esporte historicamente individual. Antes da formação dos times, Brigitte Mayer, em momento inspirador, compartilhou com as participantes a importância das vitórias por equipes em competições internacionais. Brigitte exibiu duas medalhas de ouro conquistadas coletivamente, a da Seleção Brasileira Júnior no Mundial Júnior da ISA de 2023 e também a da Seleção Brasileira Master no Mundial Master da ISA de 2024, relembrando ainda a trajetória determinante de Andrea Lopes que conquistou individualmente o Bronze nesta edição do Master, conectando as jovens atletas à história de sucesso do surf feminino brasileiro.
As atletas entenderam o funcionamento da dinâmica em equipe, a importância das duas melhores ondas e o papel de cada integrante para o sucesso do grupo. Para as mais novas, o momento foi também de diversão e integração, com equipes organizadas respeitando o nível técnico.
Melissa Duarte ficou em primeiro lugar na categoria Sub-8. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
Na cerimônia de encerramento, foram anunciadas as vencedoras por equipe e individualmente, com menções especiais ao desempenho e à evolução de cada atleta. A presença de grandes nomes do surf feminino pernambucano abrilhantou o momento final do evento, foram elas:
Larissa Costa, vice-campeã brasileira de Parasurf em 2024;
Atalanta Batista, heptacampeã brasileira e tricampeã sul-americana;
Monik Santos, bicampeã brasileira, integrante do Dream Tour e membro da Comissão de Atletas da CBSurf;
Nicole Santos, integrante do Dream Tour 2023 e 24.
A formação de profissionais fora d’água também está entre os pilares do Talento Feminino. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
FORMAÇÃO DE ÁRBITRAS REVELA VOCAÇÕES E AMPLIA HORIZONTES TÉCNICOS
A árbitra da CBSurf, Marília Lacerda, que fez parte da bancada de juízas do Dream Tour Porto de Galinhas na semana anterior, liderou desde o primeiro dia a formação e capacitação de novas árbitras, o que também passou a fazer parte das ações do Talento Feminino Onda 1. Quatro mulheres integraram um módulo prático de avaliação de baterias, aplicando critérios reais sob orientação técnica. A resposta foi imediata e positiva.
"Mesmo com pouca experiência, muitas delas sentando pela primeira vez na bancada, elas entenderam as comparações e aplicaram notas com muito critério," comentou Marília.
Essa vivência, normalmente introduzida no segundo ou terceiro dia, foi antecipada para fortalecer o vínculo técnico com a arbitragem desde o início. A ação reforça a meta da CBSurf de ampliar a presença feminina também nos bastidores e estruturas das competições.
O Workshop de Instrutoras de Surf realizado dois dias antes do início do Talento Feminino Onda 1 teve grande adesão. Foto: Divulgação.
WORKSHOP DE INSTRUTORAS CAPACITA MULHERES PARA O MERCADO TÉCNICO
No dia 21 de maio, antes da abertura oficial do evento, a CBSurf realizou pela primeira vez o Workshop Instrutora de Surf – Talento Feminino, voltado exclusivamente para mulheres que atuam ou desejam atuar como treinadoras, instrutoras e educadoras do surf. A formação, conduzida por Karina Abras, abordou temas técnicos, pedagógicos e oportunidades de atuação no mercado.
"Foi uma vivência super enriquecedora. Aprendemos muito, e é uma chance incrível de profissionalização. Espero que esse workshop se espalhe pelo Brasil,” destacou Atalanta Batista, participante da atividade.
A iniciativa marca um novo passo no compromisso da CBSurf em promover equidade de gênero em todas as frentes do surf — da performance à instrução técnica e à gestão esportiva.
Desde cedo meninas do Talento Feminino estão aprendendo sobre a importância da união no esporte. Foto: Keiks Fornazari / CBSurf.
SOBRE O PROGRAMA TALENTO FEMININO
Criado em 2023, o programa Talento Feminino Onda 1 já passou por oito cidades — Fortaleza, Balneário Camboriú, Rio de Janeiro, Guarujá, Torres, Ubatuba, Baía Formosa e Paracuru — impactando mais de 250 surfistas com ações práticas e educativas. Além das atletas, o programa também promove capacitações para árbitras de surf e profissionais técnicas, visando ampliar a presença feminina nos quadros técnicos das associações, federações e da própria CBSurf.
O programa se desenvolveu também para as fases Onda 2 e Onda 3, levando atletas de destaque a treinamentos de alto rendimento e intercâmbios esportivos.
O Programa Talento Feminino Onda 1 faz parte da estratégia de desenvolvimento do surf feminino da CBSurf, com o apoio da área da Mulher no Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A iniciativa busca mapear e estimar o potencial esportivo das jovens surfistas brasileiras, promovendo equidade de oportunidades em todo o país.
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Por: Assessoria de Imprensa da CBSurf
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Sobre a CBSurf
Reconhecida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e também pela ISA (International Surf Association), a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) é a entidade nacional de administração do surf e de todas as atividades relacionadas aos esportes com pranchas, como definido no Estatuto da CBSurf. A entidade foi originalmente fundada em 17 de outubro de 1998 e conta com 15 federações estaduais filiadas. A sede atual está situada na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, tendo como presidente Flávio Padaratz e como vice-presidentes Paulo Moura e Brigitte Mayer, eleitos em fevereiro de 2022.
A CBSurf tem como missão desenvolver, produzir, chancelar e organizar o Dream Tour e a Taça Brasil, que compõem o Campeonato Brasileiro de Surf, o Circuito Brasileiro do Surf de Base, o Circuito Brasileiro de Ondas Grandes, o Circuito Brasileiro de Longboard, o Circuito Brasileiro Master, o Circuito Brasileiro de Stand Up Paddle (Race, Wave, Sprint e Paddleboard) e o Campeonato Brasileiro de Parasurf. Todos, nas categorias masculina e feminina.
Acompanhando o enorme sucesso do surf brasileiro, tanto no Circuito Mundial, com sete títulos mundiais nos últimos dez anos, quanto nas Olimpíadas do Japão, com a conquista da inédita medalha de ouro na estreia do surf, e mais recentemente nas Olimpíadas de Paris, com medalha de prata no feminino e bronze no masculino, para uma nova gestão feita por ex-competidores da elite mundial e pelos melhores profissionais do surf brasileiro, a CBSurf tem, como valor principal, promover e desenvolver a criação de ídolos nacionais, e consolidar as carreiras dos atletas de todas as categorias, inclusive das profissões que gravitam em torno das competições, trazendo dignidade para toda a comunidade do surf brasileiro. Em 2023, o Dream Tour estabeleceu um padrão e patamar inédito e histórico em todo o mundo.